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sábado, fevereiro 26, 2005

Como ele sempre dissera:
o rio e o coração, o que os une?
O rio nunca está feito, como não
está o coração. Ambos são sempre
nascentes, sempre nascendo.
Ou como eu hoje escrevo:
milagre é o rio não findar mais.
Milagre é o coração começar sempre
no peito de outra vida.

Mia Couto, A Chuva Pasmada,
Lisboa, Ed. Caminho, 2004.